Gráfico comparando a carga térmica com o percentual das horas ocupadas em conforto térmico. Quanto mais para o canto inferior direito, melhor o desempenho. Os pontos azuis (modelos pós-portaria) concentram-se mais nesta região.

Análise do Impacto da Portaria Nº 725

A Portaria Nº 725, de 15 de junho de 2023, do Ministério das Cidades, é um instrumento que trouxe diversos requisitos para os empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida. Especificamente, a portaria traz a obrigatoriedade de varanda para os conjuntos multifamiliares, pé-direito mínimo de 2,6m, área mínima das UHs de 40m² (+1,5m² da varanda nas multis), entre outros requisitos de desempenho térmico específico para cada zona bioclimática (ZB), como sombreamento e cores claras para ZBs quentes. Diante disso, surgiu a necessidade de mensurar qual o impacto desses requisitos no desempenho térmico das UHs. Por meio da avaliação da NBR 15575:2021 (a norma de desempenho de habitações), o hab.lab comparou os modelos produzidos até então (Pré-Portaria), com os modelos ajustados pelos requisitos obrigatórios da Portaria. Os resultados mostraram aumento efetivo do desempenho, reduzindo a carga térmica de resfriamento em cerca de 64% nos climas mais quentes - o que representa redução do pico de temperatura em aprox. 1,8°C. Para saber mais, confira o relatório completo aqui.

Qualificação da inserção urbana das HIS no Brasil

Publicamos um relatório interativo com a qualificação urbana dos conjuntos habitacionais no Brasil. A partir do endereço dos conjuntos do Programa Minha Casa Vida construídos no país inteiro, a equipe do hab.lab usou uma API do Google Maps para mapear a distância dos conjuntos (por caminhamento) dos principais tipos de equipamentos urbanos (mercados, farmáricas, escolas, uso eventual). A partir desse mapeamento, os conjuntos foram classificados usando-se um critério de qualificação (insatisfatório, regualr, aceitável e bom). Os resultados foram compilados em um PowerBI, que mostra que quanto mais recente a construção do conjunto, maiores os níveis de insatisfação com a inserção urbana.

Confira com detalhes aqui!

Interface do PowerBI de qualificação da inserção urbana das HIS no Brasil.

Ilustração do modelo de referência em BIM da tipologia formato H.

Modelos de Referência Pós-2023 disponíveis para download!

Modelos de referência são usados como parâmetro de comparação (de desempenho, de custo, etc) para avaliar, comparar e melhorar a eficiência energética em edificações, além de agirem como ferramentas educacionais e de planejamento estratégico.

Nesta versão, disponibilizamos os modelos adaptados conforme os requisitos obrigatórios da Portaria nº 725, de 15 de junho de 2023, do Ministério das Cidades.

São disponibilizados pacotes com o modelo em BIM (Revit), em idf (EnergyPlus) e um caderno de especificações em PDF, para cinco tipologias, e resultados de desempenho para 12 cidades brasileiras.

Os modelos estão disponíveis para download aqui!

Experimento transversal e longitudinal sobre a percepção dos moradores nas HIS

Um dos objetivos do projeto é coletar dados de uso de energia, percepção de conforto ambiental e permanência dos moradores de HIS. Isso será feito por meio de um experimento com questionários e medição de variáveis ambientais. O protocolo e o instrumento de pesquisa foram desenvolvidos de forma colaborativa pelas equipes das universidades UFPel, UFMS, UEL, UFAL, UFPB, UEMA, UNIFAP, UFU, UFPA e UFSC. As coletas de campo ocorrerão nestes 10 estados, com o intuito de abranger a diferença cultural e climática do Brasil. O experimento será aplicado de duas formas:

• Experimento transversal: um questionário aplicado aos moradores para entender a percepção de conforto e contexto social, econômico, as posses e hábitos.

• Experimento longitudinal: medição de variáveis ambientais e de conforto durante 7 dias.

  
  

Tanto o protocolo quanto os equipamentos do experimento serão padronizados, e, ao final, objetiva-se criar uma base de dados compilada do país, com evidências de campo sobre a percepção dos moradores quanto às suas habitações e dados sobre consumo de energia.

Localização dos locais de aplicação do experimento de campo.

Processo de calibração dos equipamentos a serem usados em campo.

Calibração dos equipamentos para serem usados no experimento

De forma a  dar suporte ao experimento de campo, os mesmos equipamentos foram adquiridos para todas as equipes de campo nas 10 localidades. Portanto, houve a necessidade de calibrar os equipamentos e garantir equivalência entre os dados.

A calibração resultou em um procedimento sistematizado realizado na UFSC, e em um relatório que pode ser consultado aqui!